Ibovespa avança aos 131 mil pontos com impulso de Vale (VALE3) e espera por medidas fiscais; dólar sobe a R$ 5,70

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Ibovespa (IBOV) iniciou a última semana de outubro, que promete ser agitada, em tom positivo.

Nesta segunda-feira (28), o principal índice da bolsa brasileira subiu 1,02%, aos 131.212,58 pontos. 

Já o dólar à vista (USBRL) terminou a sessão a R$ 5,7088 (+0,02%). 

No cenário doméstico, o quadro fiscal segue no foco dos investidores. O mercado espera o anúncio de novas medidas de contenção de gastos públicos com o fim do período eleitoral.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reuniram no Palácio da Alvorada na tarde desta segunda-feira (28). O compromisso não constava na agenda pública dos dois.

O presidente do Banco CentralRoberto Campos Neto, reafirmou que pacote com medidas fiscais, prometido pelo governo, poderá gerar efeito positivo sobre a política monetária se for capaz de gerar uma mudança grande o suficiente em variáveis observadas pelo BC ao definir os juros básicos.

“Tem que ser algo que produza uma mudança nas expectativas que seja grande o suficiente para reverter o prêmio de risco, a expectativa de inflação e a curva longa de juros, e isso alimentaria a função de reação (do BC) de maneira positiva”, disse Campos Neto em evento organizado pelo Deutsche Bank, em Londres.

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Mais cedo, analistas consultados pelo Banco Central subiram pela quarta semana consecutiva sua projeção para a alta do IPCA neste ano, com a expectativa agora ultrapassando o teto da meta de inflação perseguida pelo BC de 4,50%.

Boletim Focus mostrou que a mediana das expectativas para a inflação chegou a 4,55%, de 4,50% na semana anterior.

Altas e quedas do Ibovespa 

Entre os ativos negociados no Ibovespa, Azul (AZUL4) saltou mais de 16% durante o pregão em reação a um novo acordo com os arrendadores, de um acréscimo de até US$ 500 milhões em novas dívidas com os detentores de títulos — o equivalente a R$ 2,5 bilhões.

O valor total anunciado será dividido em partes. A primeira parcela, de US$ 150 milhões, será recebida nesta semana e a outra, de US$ 250 milhões, até o final do ano.

O capital novo era uma condição do recente acordo da companhia aérea com arrendadores para se desfazer de quase US$ 550 milhões em dívidas em troca de uma participação acionária de cerca de 20% na empresa.

As ações cíclicas, que são mais sensíveis ao juros, ganharam força com o alívio na curva de juros por expectativa por corte nos gastos públicos.

Entre os pesos-pesados do Ibovespa, Vale (VALE3) avançou na esteira do minério de ferro.

O contrato mais negociado da commodity, no mercado futuro da Dalian Commodity Exchange, para janeiro de 2025, fechou em alta de 2,35%, cotado a 783,5 yuans por tonelada, o equivalente a US$ 110,02.

Já Petrobras (PETR4;PETR3) acompanhou o tombo do petróleo no mercado internacional. O mercado também calibrou as expectativas pelo relatório de produção e vendas do terceiro trimestre, considerado uma prévia do balanço. O documento será divulgado ainda hoje (28).

Mas a ponta negativa do índice foi liderada por Hypera (HYPE3), que estendeu as perdas da última sexta-feira (25). Os investidores reagiram à notícia de que o fundador da Hypera aumentou a participação na companhia e passou a deter mais de 50% do capital social — o que impede o avanço da proposta ‘hostil’ de Carlos Sanchez.

Exterior 

Nos Estados UnidosWall Street iniciaram a semana em tom positivo na expectativa por balanços corporativos e dados econômicos.

Nesta semana, a maior parte do grupo das “Sete Magníficas” divulgam os resultados. Alphabet — dona do Google —, Meta, Microsoft, Apple e Amazon apresentam os números do terceiro trimestre nos próximos dias.

Além disso, o mercado repercute uma nova bateria de dados, como o índice de inflação (PCE, na sigla em inglês) — o indicador preferido do Federal Reserve (Fed)— e o relatório de empregos (payroll) de outubro.

Os investidores também seguem precificando uma vitória de Donald Trump na disputa pela Casa Branca em 5 de novembro e a próxima reunião do Fed —  que acontece entre os dias 6 e 7 de novembro.

Hoje os traders veem 96,4% de chance de o banco central norte-americano reduzir os juros em 25 pontos-base, levando para a faixa de 4,50% e 4,75% ao ano, de acordo com a ferramenta de monitoramento do CME Group. Na reunião de setembro, o Fed iniciou o ciclo de afrouxamento monetário com um corte de 50 pontos-base. 

Confira o fechamento dos índices de Nova York:

  • S&P 500: +0,27%, aos 5.823,52 pontos; 
  • Dow Jones: +0,65%, aos 42.387,57 pontos;
  • Nasdaq: +0,26%, aos 18.567,19 pontos.
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